No palco, as deusas em ação..

Ao ver as deusas gregas no palco, foi possível vislumbrar um pouco do grande mistério: O que as mulheres querem, realmente?
Entender as mulheres não é tarefa fácil. Com o objetivo de melhor compreendê-las, este trabalho criou um instrumento que permite identificar padrões de comportamentos femininos, entendendo-os como representações e possibilidades ou como modos específicos de ser mulher e como relacionar-se com elas.
Esta pesquisa-ação, além de validar a metodologia como instrumento sócio-educacional, mostrou que, entre os homens e principalmente as mulheres que participaram deste trabalho com idade entre 18 e 60 anos, predominou o modelo da mulher Atena, interessada em desenvolver suas potencialidades intelectuais e profissionais. O modelo da mulher voltada para o casamento, Hera, aparece em último lugar, enquanto o da mulher Deméter, voltada para a maternidade vem em terceiro.
Todas as mulheres são uma mistura dessas deusas, multifacetadas como diamantes. O tipo psicológico somado à experiência pessoal são os fatores que determinam de que forma as potencialidades da mulher vão ser preenchidas, e como relacionar-se com ela.
A deusa predominante foi Atena, que representa o modelo da mulher atual, voltada para o desenvolvimento de suas potencialidades no trabalho e nos estudos. Aqui em São Paulo, esse é o tipo de mulher que predomina, então, a maternidade e o casamento passaram a ser questionados. Importante ressaltar que essa deusa tem também uma relação muito forte com o mundo masculino, já que é uma guerreira e vive rodeada pelos heróis. Ela representa o lado da mulher que incorporou atributos do princípio masculino.
Outro resultado que apareceu foi Hera, deusa do casamento, que representa o protótipo da esposa ideal, a que menos se manifestou nas mulheres que fizeram parte do trabalho.
Causou surpresa ela ter obtido pontuação tão baixa – ela é a mulher cuja realização é tornar uma esposa que auxilie o marido a se realizar, e que busca o status e o respeito com o casamento. Conclui-se que esse tipo feminino está em baixa, pois as mulheres parecem não querer mais um casamento nos moldes de Hera. Elas buscam relações mais igualitárias.
O chamado instinto materno, entretanto, continua presente na vida da mulher atual. Deméter, que representa a mulher voltada para a maternidade, aparece em terceiro lugar. Toda mulher tem uma estrutura psíquica capaz de despertar o desejo de ser mãe. Essa deusa pode vir a ser ativada ou não, de acordo com seu tipo psicológico e história de vida.
As deusas existem em todos os seres humanos, e cada uma delas se manifesta no decorrer da vida. Os resultados da pesquisa-ação indicam que as mulheres saíram do pólo que valorizava extremamente seu lado Hera e Deméter para um outro: Estamos em uma época de valorização de Atena e Afrodite.
O objetivo foi alcançado, o que enriqueceu em muito o trabalho do diretor, e reforçou a certeza do dever cumprido, pois ficou evidenciado o equilíbrio das deusas gregas dentro de cada um dos participantes.

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