A mulher do século XX.

A mulher no século XX passou por grandes transformações, lutando pela liberdade, autonomia e autovalorização. Tudo aconteceu em etapas, pois nos anos 50 o modelo de esposa gentil, fiel e submissa ao marido já se manifestava inadequado. Mas foi entre os anos 60 e 70 que a projeção feminina evoluiu consideravelmente, após a revolução sexual e de costumes, ao conferir maior auto-respeito e independência para a mulher.

Entre os anos 80 e 90, a mulher conseguiu alcançar grande número de conquistas, relegou o aspecto competitivo com o homem e passou a assumir posição mais colaborativa. Também é o momento em que ela aceita desempenhar vários papéis simultâneos: profissional, esposa, mãe, esportista, etc. Esse mundo feminino, dinâmico e exigente do novo século será abordado por meio de leituras, reflexões e recursos do Psicodrama.

Outro objetivo é proporcionar abertura maior do nível da consciência feminina, para que cada mulher possa transformar sua vida, pois não podemos esquecer que estamos na época do “despertar feminino”. O tema será tratado a partir dos perfis das Deusas Gregas. Importante ressaltar que o termo "Deusa" refere-se à descrição, à forma de entendimento de um tipo específico de personalidade feminina e que as junções de todas as deusas formarão o mundo maravilhoso e complexo da mulher.

O que chamamos aqui de “Deusas” podemos encontrar nos contos de fadas como princesas, bruxas ou rainhas. Os gregos entendiam seus deuses e deusas como forças espiritualmente vivas que influenciavam todo ser humano. Assim, um fato de vida humana era explicado e entendido através de um determinado Deus ou Deusa.

A postura brasileira, devido ao tipo de sistema educacional, tende para uma posição mais racional, lógica, o que pode dar a entender que o conhecimento da mitologia clássica seja considerado “bobagem supersticiosa”. Entretanto, ao lidar com o mundo Olímpico, percebe-se uma psicologia altamente sofisticada e ao mesmo tempo simples, que dá conta do entendimento dos conflitos internos gerados pelas atitudes, sentimentos e emoções.

Trata-se de uma forma poética, de histórias dramáticas, em que são reconhecidos os mecanismos de funcionamento do mundo interno. Uma poesia rica, útil e sem preconceito, pois no Olimpo reinam deuses e deusas com poderes iguais, em detrimento de um governo maior, o de Zeus.

Nenhuma das deusas é completa em si mesma, cada uma traz consigo um aspecto feminino e cabe a cada mulher juntar dentro de si todas as deusas para que possa se tornar mais integrada, completa e feliz.

do livro "A Deusa Interior" de Roger Woolger, Editora Cultrix (1998)