O arquétipo de Hera só se manifesta nas mulheres na
segunda metade da vida. Basicamente a mulher-Hera quer duas coisas: igualdade e
parceria. Para justificar suas aspirações tenderá enfatizar o conceito de
dever no seu casamento. A esposa-Hera é muito extrovertida, o que significa
dizer que é muito sociável, gosta de interagir com outras pessoas. Ela foi
criada para sentar-se ao trono ao lado do marido. Aquela história de que atrás
de um homem existe uma grande mulher, é a mais pura verdade e ela é uma
Mulher-Hera. O que acontece entretanto, que raras as vezes políticos e
governantes aceitam compartilhar seu poder com suas esposas, o que pode
levá-las à completa frustração.
Quando os gregos começaram a mencionar e documentar
os conflitos conjugais entre Zeus e Hera, estivessem aludindo as tensões que
podem nascer não apenas do relacionamento entre os sexos no casamento, mas
também da inevitável desproporção entre o poder público e o poder privado. Por
debaixo desta dinâmica é fácil visualizar as rixas entre Hera e Zeus.
Desde a época das "Mulheres Megéricas de
Shakespeare, a mulher-Hera tem assombrado a sociedade. Os psicanalistas as
chamam de "mulheres fálicas", que esboçam uma associação psicológica
com a mulher-Amazona. Caso seu impulso fálico seja desdenhado por uma parceria
desigual, ela entra em colapso, poderá perder o controle e acabar sendo
impelida por aquilo que deseja controlar. Os junguianos denominam este fato
como "possessão de animus", quando o lado masculino frustrada da
mulher, destrutivamente governa os vários aspectos de sua vida íntima. Quem
teve a oportunidade de ver o filme "Atração Fatal", sabe a que me
refiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário